Cão - Rui Xavier
"Porque a publicidade de si mesmo virou esse mel divino pelo qual todo mundo se esfalfa, porque eu sou dessa geração obcecada pela celebridade e porque mesmo o sujeito com a mais evidente vocação de nota de rodapé não se enxerga assim – eu sou publicitária, eu sei; coloque o mínimo de recursos na mão de um medíocre e ele acha que é um cristo. Até porque preferimos esquecer que é possível ser celebremente odiado, celebremente ridículo, é como se a celebridade fosse um estado de amor universal, o que não pode ser mais falso.
(...)
Eu acho que a melhor imagem para nossa sociedade é a de uma multidão se espremendo, cada pessoa em guerra franca com a outra, na plataforma de uma estação de metrô, no momento em que as portas se abrem, na hora em que os cotovelos enlouquecem.
Eu acho que a melhor imagem para nossa sociedade é a de uma multidão se espremendo, cada pessoa em guerra franca com a outra, na plataforma de uma estação de metrô, no momento em que as portas se abrem, na hora em que os cotovelos enlouquecem.
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Eu sou quem eu sou! Essa ilusão de que você pode mudar uma pessoa, de que você pode se mudar para se adequar a uma pessoa, isso é a pior cagada. É aí que tudo dá errado. As pessoas tinham que se juntar só quando elas tivessem esse amor tão profundo a ponto de envolver de carinho e tolerância até aquilo que se percebe no outro como defeito."
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