Chame Como Quiser
Histórias com
enredos fantásticos, ironia e um pouco de acidez, é o que promete o livro Chame Como Quiser, de Anderson Henrique.
Publicado pela editora Penalux, a obra reúne 13 contos inusitados que recorrem ao
niilismo e ao sarcasmo para dissecar o cotidiano e questionar as relações
humanas.
É comum
classificar os livros e seus autores em correntes, escolas ou times. Chame Como Quiser é um caso à parte. Não
há um apego à temática ou ao estilo uniforme nos contos que compõem a
coletânea. Em “Invisível”,
por exemplo, temos uma narrativa que examina a dinâmica dos núcleos familiares
através da rotina de um adolescente que tem a convicção de estar desaparecendo.
É um texto que se aproxima do fantástico para indagar a fragilidade dos elos
sociais. Já em “O jantar”, a inclinação para o absurdo é clara: um funcionário
de escritório é convidado para um jantar misterioso em que é tomado por uma celebridade
de renome internacional. Vemos a ascensão do personagem à condição de divindade
e seu inevitável regresso ao mundo dos mortais.
A variação nos
temas e nas opções estilísticas parecem definir o livro desde a escolha do
título: recortes urbanos quase jornalísticos se misturam a narrativas que apostam
em tradições regionalistas; contos que remetem ao realismo mágico como
“Multiplicai” figuram ao lado de textos pueris como “Belinha” ou histórias que
investigam o material humano de dentro para fora como em “A obra”.
O livro sai com
a chancela de Marcelino Freire. E para que não se pense que a literatura aqui é
levada ao extremo da seriedade, sisuda e tradicional, uma subscrição na capa indica
que este é o segundo volume de uma série de um livro só. Anderson extrapola o jogo
no conteúdo, em sua biografia e nos elementos gráficos que compõem a obra.
“Este autor não é confiável. Usa máscaras, tem duplos. Inúmeros
irmãos imaginários. É imaginação de sobra. E a gente que leia nas entrelinhas.
Que chame como quiser o que ele faz. Na sombra, no disfarce. Nas manobras.
Dobras e desdobramentos. Cuidado. Anderson Henrique é o nome desde contista.
Dos bons. E você, leitor(a), a vítima. Que sorte!”
Marcelino Freire
Sobre o autor
Anderson Henrique nasceu no Rio de Janeiro e é formado em Letras. Possui textos publicados em coletâneas e premiados em concursos literários. Seu livro de estreia, Anelisa sangrava flores, foi publicado em 2014 pela editora Penalux.
Amostra
Leia um dos contos do livro aqui e outro aqui
Ficha técnica
Título: Chame como quiser
Autor: Anderson Henrique
Título: Chame como quiser
Autor: Anderson Henrique
Publicação: 2017
Tamanho: 14x21
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